A imagem acima é um recorte da obra Le Moulin de la Galette, do artista francês Pierre-Auguste Renoir.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Jenny Holzer

Boa tarde pessoal.
Estou postando aqui um texto que eu e a Carol fizemos para o nosso seminário sobre a artista americana Jenny Holzer.
Foi um pouco difícil achar as coisas sobre ela, em português, então talvez isso ajude aqueles que se interessarem. =]
E quem quiser saber um pouco mais é só entrar em contato que eu envio o fichamento que fiz como estudo, pois nele dou maior detalhes sobre cada aspecto da obra dela. O nosso e-mail está no primeiro posto do blog, mas pra quem não viu o meu é annyccarvalho@hotmail.com, lembrem-se só de colocar no assunto que é sobre 
o blog. 
Espero que gostem.


Jenny Holzer


Jenny Holzer é uma importante artista contemporânea Norte Americana, nascida em 1950 no estado de Ohio, EUA. Freqüenta vários cursos de verão envolvendo artes e cursa a Graduação em Artes pela Universidade de Ohio. Começa a sua produção artística exclusivamente com textos quando se muda para Nova York em 1977, onde propõe uma discussão sobre como a arte é recebida pela sociedade de consumo e sobre o papel que as regras sociais desempenham no relacionamento entre as pessoas, tendo em vista a influência crescente dos meios de comunicação em massa.
O trabalho de Holzer está intimamente ligado com as palavras, porém ela não produz literatura, já que toda a sua produção não passa por nenhuma edição, pelo contrário são expostos e podem ser vistos e lidos por cada um de forma particular, com as palavras ela pode se comunicar de uma maneira que a pintura, por exemplo, não possibilita. Sobre sua produção é possível analisar que possui forte carga poética, social e até mesmo política, trata de temas como: sexo, morte, poder, guerra, feminismo, amor e individualidade.


Sua primeira produção chamada Truisms (truísmos) [1], é uma série de aforismos de forte impacto, fixados em postes, colados em cabines telefônicas e impressos em camisetas, com frases como: “Proteja-me do que eu quero” ou “falta de carisma pode ser fatal”, sempre de forma anônima. Somente mais tarde passa a utilizar locais de comunicação mais imediatas com o público, quando é convidada a expor no Times Square, a partir daí começa a inserir suas obras em gigantescos painéis de LED e projeções luminosas pelo cenário urbano, que mostra que sua arte não está atrelada a um suporte específico, e dessa forma promove o encontro de Arte-Mídia, que até então era utilizado quase que unicamente para fins publicitários/comerciais. Com isso outras questões surgem no seu trabalho como: a aproximação do público com a arte ao ser retirada das galerias para o espaço urbano; a possibilidade de serem confundidas com mensagens institucionais ou de serviço público; e assim a mudança de seu significado quando fora do contexto habitual.
Seus textos e mensagens funcionam como comentários ao meio em que se inserem e procuram estimular a capacidade de atenção ao condicionamento social dos indivíduos, as pessoas são confrontadas com frases de forte carga simbólica, e pode ser comparada como uma espécie de voz divina que se traduz numa atitude manipuladora, pois obriga o espectador a olhar para dentro 
de si e enfrentar seus medos e angustias, tornando-a assim uma obra de intromissão violenta no espaço íntimo e secreto de cada indivíduo.
Suas obras mais significativas são as de intervenções urbanas, que consistem em gigantescas projeções que explora as cidades, seus espaços, muros, parques e mobiliários que se tornam assim o suporte de sua obra. A inserção dessas obras no espaço urbano amplia as possibilidades do discurso e a interseção entre a esfera pública e privada.
A maioria dos textos utilizados por Holzer são de sua autoria, mas a artista também se apropria de frases encontradas em portas de banheiros, anúncios publicitários, placas de caminhão, cartazes lambe-lambe e muitos outros, para depois reproduzi-las com um novo sentido, como arte.
Não só de projeções se constituem as obras de Jenny, ela também expõem em espaços fechados, que é o caso de uma importante exposição chamada Mother and Child (mãe e filha) produzida em 1990, que se constitui de painéis eletrônicos verticais de duas cores, onde um texto corre em direções opostas além de frases inseridas no chão e nos bancos espalhados pela exposição, a obra é um dialogo entre a sensibilidade e o carinho de uma mãe para com a frieza e violência do mundo, é importante ressaltar que esses textos possuem relação com a vida da artista já que foram escritos após o nascimento de sua primeira filha, como comenta Holzer, esta obra representa todos os medos e aflições de tudo o que pode acontecer na relação de uma mãe e um filho.
Em 1990 a artista ganha o prêmio do Leão de Ouro na Bienal de Veneza pelo melhor pavilhão da exposição, com sua obra central The Venice Room, onde painéis eletrônicos de forma simétrica e incontrolável reproduziam acúmulo de frases em 6 idiomas diferentes.
Outra exposição de destaque se chama Lustmord produzida em 1996, onde Holzer mostra um trabalho mais orgânico, apresentando uma composição de 312 ossos variados com frases inscritas em anéis de prata e em um painel horizontal de led âmbar, é uma obra perturbadora em que a atração e a repulsão coabitam no espectador com grande intensidade.
Em 1998 Holzer passa a se utilizar da internet para expor suas palavras, que se dá com a série chamada Please Change Beliefs (Por favor, mude suas crenças), onde são inseridas online várias afirmativas provocantes, como: “amar os animais é uma atividade substituta”, ou “o assassinato tem seu lado sexual”, e cada frase pode ser selecionada, gerando outra frase, tornando assim a web outro local público para sua divulgação.
Jenny Holzer roda o mundo com suas obras, apresentando-as em diversos países. No Brasil fez três visitas, a primeira no ano de 1998 no Rio de Janeiro, onde a artista traduziu seus truísmos para o português, que foram estampados 
em portas de táxis, bancas de jornal, outdoors e em centenas de mensagens que espalhou por endereços eletrônicos da cidade. Volta ao país em 1999 utiliza mais uma vez a projeção para exibir seus escritos agora nos locais que servem de cartões postais da cidade carioca como o Arpoador e no Pão de Açúcar. Desse modo as montanhas que cercam as praias servem de suporte natural às reflexões da artista, que foram projetadas durante três dias nas encostas que vão do Morro da Urca ao Dois Irmãos. Nessa segunda viagem realizou também uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil com o titulo de Protect Me From What I Want (proteja-me do que eu quero), onde são apresentadas varias séries da artista como a instalação que foi exposta na Bienal de Veneza (Mother and Child), sua série orgânica (Lustmord), uma gigantesca instalação na rotunda de CCBB, conferências, projeções nas montanhas do Rio de Janeiro, e mostra de vídeo. A partir dessa exposição foi produzido um documentário sobre as obras da artista com a direção de Marcello Dantas, também curador da exposição, que teve o cuidado de traduzir tudo para o português a fim de permitir a mais ampla compreensão do público.


Já na terceira viagem ao Brasil vai para São Paulo na qual retoma seus truísmos, onde expõe em 31 painéis eletrônicos pela cidade, cinco emissoras de TV, três estações de rádio e pela internet, através de spams[2].
A obra de Jenny Holzer revela um aspecto intimista, pois ao se deparar com essas obras o sujeito espectador é obrigado a olhar para dentro de si e refletir, e por ser frases simples e de fácil entendimento, assim o público que a artista atinge é muito grande. Dentre toda a sua produção a que é mais bem compreendida pelo público é a série de truísmos, pois são clichês e máximas de qualquer sociedade.
Sua produção não é um confronto gratuito ou exercício de linguagem, mas uma reflexão do que a artista sente. Em um depoimento ela diz que se interessa por coisas simples, regulares e simétricas, e por seus textos serem incontroláveis ela sente uma necessidade de ordem e simetria em sua apresentação, o que se tornou padrão por onde passa. A palavra é o elemento principal de sua obra, suas mensagens são escritas em outdoors, placas luminosas, painéis eletrônicos, projeções em prédios públicos, usa pôsteres e cartazes, lugares normalmente ocupados pelas mensagens publicitárias, ou seja, trabalha com o domínio público, de forma que estimula uma mistura visual de arte e mídia. Isso mostra o quanto seu trabalho faz parte do mundo real, acessível a qualquer pessoa.




[1] Truísmo: Verdade banal, evidente, sem alcance


[2]Spams - mensagens enviadas por e-mail para um numero grande de pessoas, de forma indiscriminada e sem autorização. 







Referências bibliográficas:

ARCHER, M., Arte Contemporânea – Uma História Concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001

RUSH, M. Novas mídias na arte contemporânea. São Paulo: Martins Fontes, 2006

LAMONIER, Lucas. Pereira.Junior. Publicidade e Artes Plásticas: a utilização da mensagem do Código e dos Veículos Publicitários pelas Obras de Arte. Rio de Janeiro, XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2009





Documentário sobre Jenny Holzer gravado no Rio de Janeiro, 1999. Dirigido por Marcello Dantas.











Anny Carvalho




terça-feira, 23 de novembro de 2010

Novo Site para visita e pesquisa

Olá tudo bem??
Fazendo uma pesquisa sobre uma certa artista achei mais um site muito bacana que é o : http://www.museuvirtual.com.br/ nele é possivel de se encontrar um belo acervo de obras de artistas brasileiros, além de bibliografias e comentarios criticos, vale a pena conferir!!!
É bastante válido para se iniciar uma pesquisa sobre algum artista.

Para Assistir e Refletir

Olá coleguinhas como estão???
vim aqui hoje postar um video sobre  a Relação do Corpo na Arte Comtemporanea Brasileira, um assunto muito atual e que está sendo discutido no Projeto - "Corpo Arte: Reflexão e Poética" que acontece no Departamento de Artes Visuais da Uel.

Esse video foi indicado por uma participante do projeto e vale a pena conferir!!!!

http://www.youtube.com/watch?v=UcRlMdU-J0E 

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Exposição "Et in Arcadia Ego. Sátiros, Ninfas e outros Demônios" - João Werner

Boa tarde.

Pessoal vi no orkut de uma amiga sobre a exposição do artista plástico João Werner.

Para saber um pouquinho de seu trabalho copiei do site dele o seguinte texto, onde o próprio artista fala de sua obra e vida:

 "Trabalho há 25 anos (1982) tanto com pinturas quanto com esculturas. Comecei como entalhador de madeira e depois fui aprendendo as diversas técnicas, especialmente a escultura com o cimento e o óleo sobre tela. Embora muito diferentes em sua expressão, sinto-me à vontade com ambas.

Recentemente, comecei a experimentar a arte digital, realizada diretamente com softwares em um computador. Considero-a expressivamente similar às técnicas tradicionais de pintura. Muitas vezes, uma pintura digital parece-me ter sido feita com pincéis e tinta, por exemplo. Não sou um tradicionalista e, muito menos, um apocalíptico. Creio que as técnicas tradicionais vão conviver com as novas técnicas digitais, como pareceser que tal encomenda consista de total liberdade. Não sou capaz de sonhar o sonho de outros. E, embora meus quadros pareçam dizer o contrário, não faço arte de denúncia social. Defino a obra que faço como resultado de imaginação comovida, isto é, como o fruto da atenção que dedico ao fluxo de imagens que me percorre, emocionalmente tingidas pelo drama humano, pela pobreza e pelo trabalho."

A sua atual exposição "Et in Arcadia Ego. Sátiros, Ninfas e outros Demônios" foi aberta ao público no dia 08 de Novembro.
Localiza-se na rua Piauí, nº 191, sala 71, em frente à Concha Acústica. Ed. Centro Comercial. Aqui mesmo em Londrina- PR.
O harário aberto ao público é das 14h às 20h.



Para quem se interessar e quiser mais informações é só clicar no link desse post que irá direto para o site do artista.

Até mais.

Anny Carvalho

Site novo pra vocês!!!!!

Saber Cultural




Pessoal, tem link novo para vocês no blog!!!
Mas queria chamar atenção para o link do Saber Cultural, é um site com muitas informações sobre arte, que trás desde pintores, esculturas, obras...até museus e pinacotecas. 


Vale a pena conferir!!!


http://www.sabercultural.com









III Eneimagem - Encontro Nacional de Estudos da Imagem

Estão abertas as inscrições para o III Encontro Nacional de Estudos da Imagem, para se inscrever basta entrar no site. Serão 3 conferências, 5 mesas-redondas, sessões de comunicação, exposições e outras atividades.




Inscrição


  • Data máxima para envio dos resumos: 06 de fevereiro de 2011
  • Data máxima para envio dos trabalhos completos: 20 de março de 2011.
  • Período Geral de Inscrições: 24/10/2010 à 03/05/2011

    No site tem todas as informações necessárias.


                 03 a 06 DE MAIO DE 2011
    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Exposição: PAÍSagem permitido tocar

PAÍSagem permitido tocar, uma instalação onde as pessoas interagem com a pintura. Este projeto visa possibilitar a experiência pictórica pela materialidade do tato. Uma pintura com a representação de uma floresta, os troncos, objetos maleáveis, espaçados pela galeria, são telas pintadas de diversas cores e tamanhos, cilíndricas e penduradas pelo teto, permitindo a circulação entre elas e o manuseio pelo público.
A técnica de pintura utilizada é a veladura (sfumato) caracterizada pela sobreposição de camadas finas de tinta acrílica salientando assim cores luminosas, transparentes que vibram e mudam conforme o movimento.

Data: 26 de Outubro à 26 de Novembro
Horário: 8:00hs às 22:00hs
Local: Espaçoart SESC - Fernando de Noranha, 264 - Centro
Entrada Franca

Exposição de Marie-Ange Giaquinto

Exposição: Suor como metáfora

Explorar as possibilidades do corpo humano sempre fascinou o homem. Carolina Sanches de forma poética desenha, fotografa, pinta o corpo que viveu bastante e traz na pele esse atestado. Seu trabalho é denso e maduro. É possível sentir a força do desejo, a dor do medo, o peso da velhice. Como separar esses sentimentos expressos nesses corpos desenhados, fotografados e pintados?
(Maria Irene Pellegrino de Oliveira Souza - Curadora)

Carolina brinca com as formas do corpo humano, faz dele um espaço poético repleto de expressões manifestadas nos detalhes, nos contornos e nas expressões ortográficas, que vão se desdobrando e desencadeando um percurso que transpõe para um olhar reflexivo. Assim, a expressão contida provoca diálogos e serve como espécie de espelho refletindo sobre a própria condição de existir. Assim, esse corpo apresenta de fato uma multiplicidade de lugares, um espaço vivo, orgânico e descontínuo.
(Sônia Maria Mendes França - Curadora)

Data: 26 de Outubro à 26 de Novembro
Horário: 8:00hs às 22:00hs
Local: Espaçoart SESC - Fernando de Noranha, 264 - Centro
Entrada Franca

Exposição de Carolina Sanches

Sesc Londrina

Atenção para a agenda cultural do segundo semestre de 2010!
O Sesc está com várias atrações de teatro, artes visuais, cinema e música desde Agosto e vai até Dezembro.
Vale a pena conferir no site a programação.
E para mais informações:
Endereço: Rua Fernando de Noronha, 264 - Centro CEP: 86.020-300
E-mail: londrina@sescpr.com.br
Fone: (43) 3378-7800
Horários: 8h às 22h de seg. a sexta.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Atualizações

Caros coleguinhas vim ressaltar sobre as ultimas atualizações aqui do Blog, adicionamos links dos principais Museus de Arte do nosso país, visitem e fiquem a par das exposições que ocorrem e também visitem como forma de pesquisa já que todos os sites possuem um grande acervo de obras e pequenos textos sobre elas.
Então divirtam se !!!
Os links ficam no canto direito da tela =D

A Caracterização da abstração na obra de Milton Dacosta

Pode se caracterizar a abstração de Milton Dacosta como um resultado de um longo estudo em pintura, ele sempre foi um artista muito rigoroso e disciplinado com suas pesquisas artísticas, e levou cada processo às ultimas conseqüências, de modo a explorar todas as vertentes possíveis de seu processo.
O inicio de seu estudo traz características impressionistas, com uma incorporação da maneira estrutural que Paul Cézanne pintava, nessas obras já é possível observar certa geometrização na maneira de compor a tela, geometrização essa que levará sua pintura futuramente para a abstração. Quando viaja a Europa e a Nova York tem contato com artistas como Picasso Morandi, De Chirico, Mondrian, Modigliane e outros artista que só havia tido contato antes através de ilustrações em livros, e o contato com esses artistas levou Dacosta a tomar um rumo diferente em sua pintura que antes era totalmente figurativa e que a partir desse momento começa a caminhar para a abstração.

Milton Dacosta - Em vermelho (1958)


            




 
Depois da viagem sua pintura ganha características apontadas pelos críticos como cubistas, pois a forma como o artista utiliza o espaço criando os planos de cores e também pelas figuras aparecerem organizadas geometricamente e não possuir mais traços naturalistas, nessas obras a utilização da linha aparece como elemento estruturador, ou seja, o equilíbrio da tela parte da esquematização geométrica.
A partir dessa fase com tendência cubista Dacosta aos poucos se encaminha para a abstração, que surge como um processo de aprofundamento da sua experiência com o cubismo, nesse período ele produz uma série de natureza morta que são organizadas como se fosse uma grade geométrica, se tornam quadrados e retângulos organizados no centro da tela com uma coloração mais viva que aparece geralmente sobre fundo negro, a partir dessa série ele produz mais a série Castelos e Cidades. Em suas ultimas obras dessa fase é possível perceber uma linha horizontal principal que organiza o quadro, e outras que aparecem como desdobramentos dessa horizontal básica.
Assim é possível concluir que o processo para abstração é o resultado de todo o estudo minucioso que o artista estabelece com a geometrização, que esteve presente em toda a sua carreira artística.
                           Ana Carolina Gloor

(texto elaborado como exercicio avaliativo em sala de aula 11/11/2010)  

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para pensar e conhecer!!

Olá,
deixarei uma pequena mensagem de um celebre artista brasileiro chamado Amilcar de Castro, ela foi retirada da pagina inicial do site do artista,

"O que caracteriza um artista é ele olhar para dentro de si mesmo, é uma pesquisa em você mesmo. Você não pode fazer experiências com os outros. Este silêncio do olhar para dentro à procura da origem das coisas é que é o grande problema da arte. Procurando a origem você fica original, e não querendo fazer uma coisa diferente. É por isso que eu acho que criar está junto de viver, que arte e vida são a mesma coisa."


Quando pensei em falar sobre Amilcar pensei em postar aqui um pequeno texto sobre ele, porém quando vi esse pensamento do artista mudei de ideia e quis deixar um gostinho de quero mais...(rs) pra deixar vc leitor com vontade de conhecer mais sobre o artista.
então sinta se a vontade o site é :  http://www.amilcardecastro.com.br/

obs: post anteriores ficaram sem autoria. Foi feito por Ana Carolina Gloor

Para se aprofundar!!!!

olá novamente...
seguindo o gancho do post anterior... vamos continuar a falar de arte nos anos 60 e 70,
pesquisando sobre o assunto encontrei esse documentario sobre o Cildo Meirelles que vale muito a pena assistir, já que contem suas principais obras com comentarios do próprio artistas e debates do publico
http://www.youtube.com/watch?v=kO8IIALAZuA
divirtam se !!!

Um pouco sobre arte nos anos 60 e 70

Olá pessoal,
gostaria de deixar aqui um artigo interessante sobre a arte nos anos 60 e 70 no Brasil,
espero que gostem e façam bom proveito!!!

Seguindo a tendência nacional “ referindo-se à busca de uma identidade brasileira através de cores, temáticas, como buscava o modernismo antropofágico iniciado nos anos 20”, vai assim aos poucos se enfraquecendo, enquanto aumenta o número de artistas abstratos. O resultado do crescimento da arte abstrata no Brasil foi marcante. Nos anos 50 vimos o movimento de arte concreto e neoconcreto que resultaram em uma linhagem artística madura.
De maneira geral, o concretismo/neoconcretismo, na arte, é a promessa da construção do novo. Prega uma linguagem universal, livre de contextos específicos, e livre de um excesso de subjetividade e emotividade. Libera a arte de questões externas e ela mesma, estabelecendo sua autonomia e suas necessidades formais e construtivas. É um fato histórico que o neoconcretismo foi o último movimento plástico de tendência construtiva no país e que, inevitavelmente, encerrou um ciclo,“sonho construtivo” brasileiro com estratégia cultural organizada.
Decorrente do contexto acima citado chegamos nos contornos dos anos 60/70. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, alguns artistas deixaram de lado a relação que se fazia entre arte e objeto estético concebido dentro de padrões acadêmicos pré-estabelecidos, se propuseram a desenvolver trabalhos em que o artista não mais operava dentro da necessidade de produção de objetos únicos e concebidos para realçar sua "genialidade” .
Nota-se então novas propostas nas obras do artista, em vez de continuar circunscrito ao universo do "belo", passa a operar em relação a outras demandas socioculturais. Isto foi mais importante do que seguir as preocupações estéticas, começa a surgir o imperativo de posicionar-se claramente em relação às diversas instâncias sociais, utilizaram objetos e procedimentos totalmente fora do universo artístico estabelecido.
Toda uma liberdade clamada pela obra de arte ganha novos contornos com a arte conceitual. Ali, materiais precários e muitas vezes efêmeros anunciam a possibilidade de a arte se desgarrar de aspectos mais objetuais, coisificados e particularmente mercadológicos, para exercer papéis sociais e políticos.
Atuando sob o regime militar, artistas criaram estratégias simbólicas e metafóricas para penetrar o cerco à liberdade de expressão, acusar a mercantilização da arte, apontar para a necessidade de interação pública/espectador, denunciar o aburguesamento social, comentar a evanescência da arte e a fragilidade da vida.
Os anos 60 e 70 foram anos agitados pelo processo de ditadura militar, o qual o Brasil passava. Havia muita perseguição qualquer manifestação artística era geralmente interpretada como subversão, Artur Barrio, Cildo Meirelis, pela sua ideologia aproveita para realizar um trabalho inédito.

Alguns artistas:

Artur Barrio :
( Porto, 1946) é um artista plástico português que vive no Rio de Janeiro desde 1955
Ingressou na Escola de Belas Artes em 1967 e foi um dos primeiros artistas a realizar gigantescas instalações com composições caóticas, onde misturava múltiplos elementos


Em 1969, começa a criar obras inusitadas como: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata como as Trouxas carregadas de sangue com os quais realiza intervenções no espaço urbano.
Nos anos 70, ele espalhou trouxas ensangüentadas pelo Rio de Janeiro e por Belo Horizonte em uma ação clara contra a ditadura. Barrio nos prova, de forma sempre muito radical, que uma obra de arte pode renunciar ao mercado.
Seu trabalho foi realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 20 de abril de 1970. O local foi um rio/esgoto, colocação de 14 T.E, Parque Municipal.
Uma platéia de, aproximadamente 5.000 pessoas. este trabalho (colocação das T.E.no local) teve início pela manhã, sendo que as cenas registradas comentam visualmente o que aconteceu a partir das 15 horas com a participação popular e mais tarde com a intervenção em princípio da polícia e logo após do corpo de bombeiros.


Para o artista carne foi um elemento de protesto e manifestação de idéias e ideais,

..
Artur Barrio
...Situação ...Ossos ...Sacos ...Ossos1970


Cildo Meireles:
Outro artista foi Cildo Meireles é um artista conceitual com uma reputação internacional, que cria os objetos e as instalações que acoplam diretamente o visor em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, o regime militar brasileiro (1964 - 1984) e a dependência do país na economia global. Cildo Meireles


As escritas nas garrafas dizem: Cildo Meireles Inserções em Circuitos Ideológicos - Projeto Coca-Cola, 1971.

Os objetos e instalações atmosféricas de Cildo Meireles, do final da década de 1960. O artista sempre lançou mão de objetos do cotidiano fabricados, eletrônicos para criar seus trabalhos. Uma coluna feita de rádios que funcionam, ou garrafas, móveis, decorações etc.


Cildo Meireles, Inserções em circuitos ideológicos Projeto Cédula, 1970.
Carimbo sobre papel moeda com a pergunta “Quem matou Herzog?”

Outra obra foi desvio ao vermelho, uma instalação que reproduziu um ambiente de uma casa. Abaixo um foco da obra. Sobre a obra diz Cildo: "Gosto de pensar a arte em termos que não estão limitados ao visual".


Parte da Instalação "Desvio ao vermelho" de Cildo Meireles, parte da exposição do artista brasileiro no Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (Macba), Espanha

Antônio Henrique Amaral:
Um tributo a Herzog
Antônio Henrique do Amaral foi um dos artistas que se preocupou em levar para sua obra o tema do assassinato de Herzog nas prisões militares. Dentro do quadro das obras que denunciavam a tortura, Amaral retoma de forma agressiva a representação da violência militar na série de quatro obras.


Vamos pensar duas dessas obras A morte no sábado – tributo a Wladimir Herzog, de 1975 e Ainda a morte no sábado, de 1976.Na tela A morte no sábado – tributo a Valdimir Herzog (fig. 58), sobre um fundo negro, como que um corpo manchado por pancadas, aparece em cores vermelhas, amarelas e brancas, uma espécie de representação das vísceras sendo perfuradas por quatro garfos.
Aqui Amaral retoma a oposição entre formas orgânicas e metálicas num jogo de violência que é acentuada pelo fundo escuro. Como sugere o título, estamos diante da morte de um personagem da história da repressão política do período militar: Wladimir Herzog. Embora tenha sido dado por suicida, fica claro nesta tela a intenção de denunciar a causa da morte de Herzog como resultado das torturas que sofreu nos porões de uma prisão militar.
Como numa espécie de “troféu da repressão, garfos erguem o corpo reduzido a um monte de carne ensangüentada”. É visível a tentativa do artista em mostrar que o que está sendo perfurado é um corpo. Peles se abrem para fora, depois de rasgadas; veias surgem em meio ao amontoado de gorduras e tripas. A tonalidade vermelha predomina, nos fazendo imaginar órgãos sujos de sangue. O contraste, produzido pelo encontro do metal com a carne, reforça a
violência da cena. Numa espécie de grande zoom podemos ver de perto o estrago que se produz. Numa espécie de alegoria sobre a morte de Herzog, revela-se,afinal, a causa de sua morte: a tortura.

Em outra obra, da mesma série, denominada Ainda a Morte no Sábado, de 1976, Amaral explicita, mais uma vez, o contraste entre metais e vísceras. Dessa vez, introduzindo um novo elemento que acompanha e ajuda o garfo a perfurar a carne: uma espécie de “coroa de Cristo” – mais um dos instrumentos de tortura usados durante o regime militar. Esse instrumento era colocado sobre a cabeça da vítima e fortemente pressionado, produzindo ferimentos e dores de cabeça terríveis – o objetivo era obter confissões forças e delações.
Na tela o contraste se acentua com o fundo vermelho, também característica de corpos machucados por espancamentos, e vísceras e instrumentos metálicos claros. Gorduras brancas abundam ao lado de vísceras,
sendo todas ultrapassadas de alguma forma pelos instrumentos metálicos.
Novamente Amaral faz uso do recurso de aproximar ao máximo o acontecimento,num zoom que privilegia a violência dos metais contra a carne desfigurada.
O título da tela faz referência a um dos dias da semana: sábado. É o dia da prisão de Herzog e de sua provável morte. É um dado que unido à representação das vísceras procura denunciar o assassinato de Vladimir Herzog.
Em depoimento de 1986, Antônio Henrique Amaral deixa claro sua
intenção de denúncia política na criação das obras que surgiram logo após o golpe militar: “Meu trabalho tornou-se francamente descritivo a partir do golpe militar de 64 (...) Eu acho que todo trabalho de arte tem uma relação política, a atividade artística é uma atividade política. No meu caso, eu fiquei francamente explícito. Eu fiz questão de me tornar quase panfletário. (...) principalmente na série das gravuras dos militares.


Referência

CAVALCANTI, Jardel Dias. Artes Plásticas: Vanguarda e Participação Política (Brasil anos 60 e 70). Campinas: 2005. (Tese de Doutorado – Unicamp).


Webgrafia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cildo_Meireles acessado em 05/06/2009.
http://www.muvi.advant.com.br/artistas/a/artur_barrio/ossos.htm